O Projeto de Lei nº 4330/2004 vai prejudicar profundamente os trabalhadores. A opinião é de lideranças dos Vigilantes, Vigias Porteiros e Bombeiros Profissionais Civis, que se manifestaram publicamente contra o projeto. Eles anunciaram ainda uma campanha contra os parlamentares do Rio de Janeiro que votaram a favor do PL. “Estamos na luta pela rejeição do projeto”, disse Carlos Gil de Souza, presidente do Sindicato dos Vigilantes, Vigias Porteiros e Bombeiro Profissional Civil de Duque de Caxias, diretor da Confederação Nacional dos Vigilantes-CNTV e da Federação Interestadual dos Vigilantes-FEVIG, filiado à Central Única dos Trabalhadores (CUT). Segundo ele, lideranças dos municípios de Niterói e regiões, Guapimirim, Magé, Mesquita, Nilópolis e Petrópolis, entre outras, também estão integrados nessa luta.
- O Projeto que já passou pela Câmara dos Deputados, na verdade, rasga a CLT. Ele só trás vantagens para os empresários. Essa chamada terceirização vai funcionar como uma cooperativa, ou seja, o trabalhador pode ter carteira assinada ou assinar contrato de trabalho temporário. É uma lei com brechas perigosas, que vão permitir a exploração do trabalhador pelo empresário - revela Gil. “É meu dever alertar o trabalhador sobre esses riscos e dizer os nomes dos deputados que estão votando a favor do projeto. Esses deputados estão se esquecendo quem elegeu esses deputados foram os trabalhadores, não pelos empresários, que apenas os financiam”, completou Carlos Gil.
Cláudio José de Oliveira, o Claudio Vigilante, presidente do Sindicato dos Vigilantes de Niterói e regiões e também diretor da CNTV, também se manifestou. “Temos o entendimento de que esse projeto vai escravizar ainda mais o trabalhado. “A nossa preocupação enquanto trabalhador, é que a terceirização vai virar uma escravidão, porque ele vai começar a perder direitos. Os deputados dizem que não, mas a gente sabe que é isso que vai acontecer. Hoje nós temos a CLT, que nos garante fundo de garantia, 13º salário, férias, ticket refeição e auxilio transporte. Não vai ter mais carteira assinada. Com o contrato de trabalho, tudo vai cair por terra. Vai ser só o salário, a pessoa passa a trabalhar somente por isso. E quando o trabalhador tiver que receber esse salário, vai ter que emitir uma nota fiscal. Os deputados puxaram o projeto do Sandro Mabel, de 2004. Esse deputado é empresário e só estava pensando nele. Esses parlamentares ficam dizendo que o trabalhador vai ganhar. Isso é mentira, o trabalhador conhece seus direitos e sabe que vai ser prejudicado com essa lei. Então nossos sindicatos vão fazer uma campanha muito séria contra os parlamentares que estão votando contra os trabalhadores. A gente vai ter eleição no ano que vem e temos que mostrar quem é quem, quem são os traidores dos trabalhadores”, afirmou Claudio.
Sobre a propalada “responsabilidade solidária”, Carlos Gil dispara: “Isso não vai haver, eles não vão cobrar de ninguém. Na verdade, esse projeto de lei é uma cortina de fumaça. A verdade não está sendo dita. Estão dizendo que os direitos vão ser dados, mas na verdade é tudo mentira. Não estão dando nenhuma segurança ao trabalhador, pelo contrário, estão tirando direitos nossos. Há um grande interesse empresarial por trás de tudo isso, que só favorece o patrão. Não sou filiado ao PT mas estou gostando da atitude dele em defesa do trabalhador. Assim como a presidente Dilma Roussef também é contra e acredito em seu veto. Toda liderança que se preocupa com o trabalhador, é contra o projeto”, concluiu Gil.
Portando uma lista, Carlos Gil atacou: “Os traidores que votaram a favor dos empresários são: Alexandre Serfiotis (PSD), Alexandre Valle (PRP), Altineu Côrtes (PR), Aureo(SOLIDARIEDADE), Celso Jacob (PMDB), Celso Pansera (PMDB), Dr. João (PR), Ezequiel Teixeira (SOLIDARIEDADE), Fernando Jordão (PMDB), Francisco Floriano (PR), Hugo Leal(PROS), Julio Lopes (PP), Leonardo Picciani (PMDB), Luiz Carlos Ramos (PSDC), Marquinho Mendes (PMDB), Otávio Leite (PSDB), Paulo Feijó (PR), Roberto Sales (PRB), Rodrigo Maia (DEM), Rosangela Gomes (PRB), Sergio Zveiter (PSD), Simão Sessim (PP), Soraya Santos (PMDB) e Washington Reis (PMDB). Esses foram contra o trabalhador”.
Já os deputados que “votaram em defesa do interesse dos trabalhadores”, segundo o sindicalista, foram: Alessandro Molon (PT), Benedita da Silva (PT), Cabo Daciolo (PSOL), Chico Alencar (PSOL), Chico D’Angelo (PT), Clarissa Garotinho (PR), Deley (PTB), Edmilson Rodrigues (PSOL), Fabiano Horta (PT), Glauber Braga (PSB), Jandira Fechali (PCdoB), Jean Wyllys (PSOL), Luiz Sérgio (PT), Marcelo Matos (PDT), Miro Teixeira (PROS), Sóstenes Cavalcante (PSD) e Walney Rocha (PTB).” Esses poderão contar com nosso apoio nas próximas eleições”, concluiu Gil.
Fonte: Jornal Capital