segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Procura por vigilantes cresce no Rio de Janeiro por conta da insegurança


A crescente sensação de insegurança no Estado vem se refletindo no aumento da procura por empresas de segurança privada. Só no primeiro semestre deste ano, as solicitações por serviços desse ramo subiram quase 20% em relação ao mesmo período de 2014, segundo estima o presidente do Sindesp-RJ (Sindicato das Empresas de Segurança Privada), Frederico Câmara.
"Nas estações de metrô, onde antes tinham dois seguranças, agora têm quatro", relata.
Para o antropólogo e ex-capitão do Bope, Paulo Storani, o medo poderia ser desconstruído com uma comunicação adequada. "Não há dúvida de que indicadores de homicídios e lesões corporais vêm diminuindo, mas falta às autoridades criar canais para explicar à sociedade o que está ocorrendo", opinou.
Em resposta ao , o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, disse entender que a sensação de insegurança seja maior com casos de grande repercussão. "É um sentimento legítimo, entendo que as pessoas sintam isso. No entanto, os indicadores estratégicos para a segurança e referência para a chamada sensação de segurança estão em queda. Em junho, nós registramos as menores taxas de homicídio dos últimos 24 anos", disse o secretário.

Clandestinidade na segurança particular pode alcançar até 40%

Após cruzar dados da Polícia Federal, da Fenavist (Federação Nacional de Empresas de Segurança) e do Sindesp-RJ, o presidente do sindicato, Frederico Câmara, estima que cerca de 40% das companhias de segurança privada no Rio sejam clandestinas.
Os riscos desse tipo de irregularidade são múltiplos. "Eles colocam pessoas sem preparo, sonegam impostos, usam armas sem o devido porte", enumera Câmara. "Isso sem falar nos casos em que a pessoa estava lá como vigia clandestino e depois dá informação para um assalto, um roubo", acrescenta ele.
Outro problema reside em policiais que utilizam períodos de folga para, ilegalmente, fazer "bicos" na segurança privada. "Ao trocar sua recuperação por outra atividade profissional, você tende a ter ações desproporcionais na volta ao serviço policial", coloca o antropólogo Paulo Storani.
Ao passo que é contra o segundo emprego para policiais, o ex-capitão do Bope defende que agentes recebam "um salário que possa sustentar suas famílias em condições mínimas", já que se trata de uma função de alto risco.
Fonte: Jornal O Destak

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