sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Bancários rejeitam proposta dos bancos e decidem greve a partir do dia 19


Nas assembleias realizadas nesta quinta-feira à noite em todo o país, os bancários rejeitaram a proposta de 6,1% de reajuste apresentada pela Fenaban e decidiram entrar em greve por tempo indeterminado a partir do dia 19, conforme orientação do Comando Nacional, coordenado pela Contraf-CUT.

Além de negar aumento real nos salários, pisos, PLR e todas as verbas salariais (os 6,1% apenas recompõem a inflação do período medida pelo INPC), a proposta da Fenaban ignora todas as reivindicações dos bancários sobre emprego, saúde e condições de trabalho, segurança e igualdade de oportunidades. 

"Nós advertimos os bancos na mesa de negociações que essa proposta era uma provocação. Um setor em que somente as seis maiores empresas tiveram lucro líquido de R$ 29,6 bilhões no primeiro semestre e mantêm a mais alta rentabilidade do planeta, graças ao aumento da produtividade de seus trabalhadores, acenar com uma proposta desse tipo é pra empurrar os bancários para a greve", avalia Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.

"Apesar desse lucro recorde, os bancos estão fechando postos de trabalho e piorando as condições de trabalho, com aumento das metas abusivas e do assédio moral, o que tem provocado uma verdadeira epidemia de adoecimentos na categoria. Por falta de investimento em segurança, também cresce o número de assaltos, sequestros e mortes. Mas os banqueiros se recusam a discutir esses problemas. Por isso, a única saída da categoria é a greve", acrescenta Cordeiro. 

Intensificar a mobilização

A Contraf-CUT está orientando as entidades filiadas a intensificarem a mobilização em todo o país. "Nos últimos anos os bancários têm demonstrado um grande poder de mobilização e de pressão e por isso conquistaram aumentos reais de salários e outros avanços econômicos e sociais. Somente uma greve muito forte da categoria fará os bancos melhorarem a proposta", conclui Carlos Cordeiro.

Segundo as informações recebidas pela Contraf-CUT até às 21h da quinta-feira, os bancários das bases dos seguintes sindicatos aprovaram a greve por tempo indeterminado a partir do dia 19:



SINDICATO
RESULTADO
São Paulo
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Rio de Janeiro
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Brasília
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Belo Horizonte
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Curitiba
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Porto Alegre
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Pernambuco
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Ceará
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Bahia
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Sergipe
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Alagoas
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Acre
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Paraíba
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Piauí
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Mato Grosso
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Campo Grande
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Espírito Santo
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Rondônia
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Maranhão
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Florianópolis
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Pará
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Niterói
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Campinas - SP
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Amapá
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
ABC Paulista
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Guarulhos
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Londrina
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Uberaba
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Campina Grande
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Vitória da Conquista
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Novo Hamburgo
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Bragança Paulista
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Limeira
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Alegrete
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Mogi das Cruzes
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Vale do Ribeira
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Piracicaba
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Sul Fluminense
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Rondonópolis
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Juiz de Fora
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Campo Mourão
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Cruz Alta
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Teresópolis
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Santa Maria
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Angra dos Reis
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Campos dos Goytacazes
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Bagé
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Macaé
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Santa Cruz do Sul
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Santa Rosa
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Dourados
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Araranguá
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Vale do Caí
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Apucarana
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Vale do Paranhana
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Extremo Sul da Bahia
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Naviraí
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Cornélio Procópio
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Paranavaí
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Toledo
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Umuarama
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Guarapuava
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
Arapoti
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19
São Miguel do Oeste
Rejeitou a proposta e aprovou greve a partir do dia 19


Calendário de luta

17 e 18 - Todos a Brasília para pressionar os deputados federais durante a audiência pública sobre o PL 4330 no plenário da Câmara.

18 - Assembleia organizativa para encaminhar a greve.

19 - Deflagração da greve nacional dos bancários por tempo indeterminado.

A proposta da Fenaban

Reajuste - 6,1% (inflação do período pelo INPC) sobre salários, pisos e todas as verbas salariais (auxílio-refeição, cesta-alimentação, auxílio-creche/babá etc.)

PLR - 90% do salário mais valor fixo de R$ 1.633,94, limitado a R$ 8.927,61 (o que significa reajuste de 6,1% sobre os valores da PLR do ano passado).

Parcela adicional da PLR - 2% do lucro líquido dividido linearmente a todos os bancários, limitado a R$ 3.267,88.

Adiantamento emergencial - Não devolução do adiantamento emergencial de salário para os afastados que recebem alta do INSS e são considerados inaptos pelo médico do trabalho em caso de recurso administrativo não aceito pelo INSS.

Prevenção de conflitos no ambiente de trabalho - Redução do prazo de 60 para 45 dias para resposta dos bancos às denúncias encaminhadas pelos sindicatos, além de reunião específica com a Fenaban para discutir aprimoramento do programa.

Adoecimento de bancários - Constituição de grupo de trabalho, com nível político e técnico, para analisar as causas dos afastamentos.

Inovações tecnológicas - Realização, em data a ser definida, de um Seminário sobre Tendências da Tecnologia no Cenário Bancário Mundial.

As reivindicações dos bancários

Reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real além da inflação)

PLR: três salários mais R$ 5.553,15.

Piso: R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese).

Auxílios alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional).

Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários.

Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que precariza as condições de trabalho, além da aplicação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas.

Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.

Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós-graduação.

Prevenção contra assaltos e sequestros, com o fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.

Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de negros e negras.


Fonte: Contraf-CUT

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