Tiago Oliveira - Técnico do Dieese/DF |
Entre 2004 e 2008, o cenário externo bastante favorável, em um primeiro momento, e medidas de fortalecimento do mercado interno de consumo, adotadas posteriormente, em especial a valorização do salário mínimo e a expansão dos programas sociais favoreceram uma aceleração expressiva do crescimento do PIB brasileiro, que atingiu, no período, uma taxa média de 4,8%. A título de comparação, entre 1998 a 2003, a economia brasileira cresceu, em média, apenas 1,6%, enquanto que, no triênio 1995-1997, primeiros anos após a implementação do Plano Real, o crescimento médio do PIB foi de 3,3%.
“De 2004 pra cá tivemos uma disparidade muito grande e isso tudo tem a ver com a conjuntura econômica. Foi nesse período que o poder de compra dos trabalhadores aumentou e também as negociações coletivas tiveram ganhos reais acima da inflação. Nos últimos 10 anos, os vigilantes de todos os estados obtiveram ganhos reais de salários, alguns com ganhos expressivos, que significou um grande saldo positivo. Hoje, Brasília tem o maior piso da categoria e Alagoas o menor”, disse Tiago Oliveira.
No entanto, em 200, os impactos da crise da economia internacional alteraram decisivamente para uma contração na economia brasileira. Porém, uma adoção de medidas do governo brasileiro garantiu a manutenção dos empregos e uma recuperação do PIB em 2010, apresentando um crescimento de 7,5%.
Sobre os salários, no primeiro semestre de 2014, 93,2% das categorias que passaram por processos de negociação coletiva conquistaram reajustes reais de salários. Este foi um dos melhores resultados dos últimos sete anos.
O constante processo de valorização dos pisos salariais dos vigilantes patrimoniais provocou uma diminuição da amplitude salarial observada entre os Estados. Em 2004, a diferença entre o maior e menor piso era de aproximadamente 2,7 vezes, ao passo que, em 2014, tal diferença se reduziu para cerca de duas vezes.
Entre 2013 e 2014, todos os casos analisados registraram ganhos reais de salário, com a única exceção de São Paulo. Nesse sentido, os maiores destaques ficaram por conta dos estados de Tocantins (4,93%), Alagoas (4,21%), Rio Grande do Sul (3,11%), Mato Grosso do Sul (2,48%) e Rio de Janeiro (2,48%).
No entanto, o cenário para o futuro não se mostra tão promissor. Baixas taxas de crescimento, inflação perto limite da meta e outras conjecturas podem influenciar nas negociações coletivas.
Willian Chaves - wmcnoticias@gmail.com