segunda-feira, 11 de novembro de 2013

“Estamos em dívida com a sociedade”, afirma coordenador geral de Atos Normativos da Secretaria de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça

“Estamos em dívida com a sociedade. Esse projeto já devia ter saído há muito tempo, não pode haver tanta demora. Estamos diante de um serviço relevante para o país. Não pode haver esse descompasso de 30 anos na legislação”. Essa foi a afirmação do coordenador geral de Atos Normativos da Secretaria de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Dr. Patrick Mariano Gomes, durante a mesa “Segurança Privada: Alteração da Lei 7.102/83 (Estatuto da Segurança Privada e Perspectivas). Também participaram da mesa o secretário de Imprensa e coordenador do Coletivo Bancário de Segurança da Contraf-CUT, o secretário de Finanças e Patrimônio da Federação Interestadual dos Vigilantes, Edilson Silva Pereira e o presidente da CNTV, José Boaventura.

Segundo Patrick, o Ministério da Justiça (MJ) tem levado em conta as reivindicações de vigilantes e bancários, além das necessidades da sociedade por mais segurança. “A Secretaria de Assuntos Legislativos, assim como o próprio MJ, está muito sensível e com o olhar voltado para a proteção da vida das pessoas. Exemplo disso é termos pautado o uso dos biombos como obrigatório. Alguns itens do texto final, apresentado pelo ministro no mês de agosto, fornecem artefatos para brigar por itens fundamentais para protegermos a vida de bancários, vigilantes, clientes e da sociedade como um todo”, destacou.

O layout dos bancos, alvo constante de crítica do movimento sindical vigilante e bancário, também foi criticado pelo coordenador. “Não há mais privacidade para realizar as transações dentro das agências e isso traz grande insegurança para usuários. É algo que não pode ser negociado”, alertou.

Secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr também falou sobre o assunto e ressaltou a importância de cobrar dos bancos a blindagem das frentes das agências. “Banco não é boutique. Estão confundindo tudo. Se querem um layout moderno, que garantam a segurança dos bancários, vigilantes e clientes das agências”, criticou.

O descaso dos bancos com a segurança de seus empregados e clientes não é novidade. Somente no primeiro semestre deste ano os principais bancos lucraram R$30 bilhões. O investimento em segurança pouco passou de R$1,5 bi. Enquanto isso, em apenas três reuniões da Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP), foram mais de R$15 milhões em multa.

“O valor das multas aplicadas pela PF por descumprimento de normas de segurança está completamente defasado. As empresas preferem pagar a multa a investir nos itens previstos pela legislação. Precisamos de uma correção desses valores para que sintam no bolso e decidam investir na proteção da vida dos trabalhadores e da sociedade”, afirmou Ademir.

Vigilantes e bancários na luta

                Dados da 5ª Pesquisa Nacional de Ataques a Bancos, realizada por uma parceria entre a CNTV e a Contraf-CUT, apontam que houve crescimento de mais de 17% nos ataques a bancos no primeiro semestre de 2013 em comparação ao mesmo período do ano passado.  José Boaventura, presidente da CNTV, ressaltou a responsabilidade dos bancos nesses números.


 “Saidinha bancária é responsabilidade de banco, não é do cliente, não é do vigilante. Esse crime começa dentro da agência e, se é concretizado, é por falha na segurança das instituições financeiras”, condenou. “Já avançamos muito. Tudo o que já conquistamos é fruto de muita luta e da mobilização de uma categoria forte e é por isso que não abriremos mão de avançar ainda mais na questão da segurança para todos”, assegurou.

Fonte: CNTV

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