“Estamos em dívida com a
sociedade. Esse projeto já devia ter saído há muito tempo, não pode haver tanta
demora. Estamos diante de um serviço relevante para o país. Não pode haver esse
descompasso de 30 anos na legislação”. Essa foi a afirmação do coordenador
geral de Atos Normativos da Secretaria de Assuntos Legislativos do Ministério
da Justiça, Dr. Patrick Mariano Gomes, durante a mesa “Segurança Privada:
Alteração da Lei 7.102/83 (Estatuto da Segurança Privada e Perspectivas).
Também participaram da mesa o secretário de Imprensa e coordenador do Coletivo
Bancário de Segurança da Contraf-CUT, o secretário de Finanças e Patrimônio da
Federação Interestadual dos Vigilantes, Edilson Silva Pereira e o presidente da
CNTV, José Boaventura.
Segundo Patrick, o Ministério da
Justiça (MJ) tem levado em conta as reivindicações de vigilantes e bancários,
além das necessidades da sociedade por mais segurança. “A Secretaria de
Assuntos Legislativos, assim como o próprio MJ, está muito sensível e com o
olhar voltado para a proteção da vida das pessoas. Exemplo disso é termos
pautado o uso dos biombos como obrigatório. Alguns itens do texto final,
apresentado pelo ministro no mês de agosto, fornecem artefatos para brigar por
itens fundamentais para protegermos a vida de bancários, vigilantes, clientes e
da sociedade como um todo”, destacou.
O layout dos bancos, alvo
constante de crítica do movimento sindical vigilante e bancário, também foi
criticado pelo coordenador. “Não há mais privacidade para realizar as
transações dentro das agências e isso traz grande insegurança para usuários. É
algo que não pode ser negociado”, alertou.
Secretário de imprensa da
Contraf-CUT e coordenador do Coletivo de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr
também falou sobre o assunto e ressaltou a importância de cobrar dos bancos a
blindagem das frentes das agências. “Banco não é boutique. Estão confundindo
tudo. Se querem um layout moderno, que garantam a segurança dos bancários,
vigilantes e clientes das agências”, criticou.
O descaso dos bancos com a
segurança de seus empregados e clientes não é novidade. Somente no primeiro
semestre deste ano os principais bancos lucraram R$30 bilhões. O investimento
em segurança pouco passou de R$1,5 bi. Enquanto isso, em apenas três reuniões
da Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP), foram mais
de R$15 milhões em multa.
“O valor das multas aplicadas
pela PF por descumprimento de normas de segurança está completamente defasado.
As empresas preferem pagar a multa a investir nos itens previstos pela
legislação. Precisamos de uma correção desses valores para que sintam no bolso
e decidam investir na proteção da vida dos trabalhadores e da sociedade”,
afirmou Ademir.
Vigilantes e bancários na luta
Dados da 5ª Pesquisa Nacional
de Ataques a Bancos, realizada por uma parceria entre a CNTV e a Contraf-CUT,
apontam que houve crescimento de mais de 17% nos ataques a bancos no primeiro
semestre de 2013 em comparação ao mesmo período do ano passado. José Boaventura, presidente da CNTV,
ressaltou a responsabilidade dos bancos nesses números.
“Saidinha bancária é responsabilidade de banco,
não é do cliente, não é do vigilante. Esse crime começa dentro da agência e, se
é concretizado, é por falha na segurança das instituições financeiras”,
condenou. “Já avançamos muito. Tudo o que já conquistamos é fruto de muita luta
e da mobilização de uma categoria forte e é por isso que não abriremos mão de
avançar ainda mais na questão da segurança para todos”, assegurou.
Fonte: CNTV
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