O Ministério do Trabalho e Emprego, através da Gerência
Regional do Trabalho e Emprego em Duque de Caxias, quer uma relação nominal de
todos os jovens que atuam na Feuduc através da Sociedade do Corpo de Bombeiros
Civil Voluntário (SCBCV-RJ), bem como número de RG e idade dos mesmos. A determinação
é resultado da primeira reunião em mesa redonda realizada na manhã da última
sexta-feira (14), com a presença de representantes do Sindicato dos Vigilantes
e Empregadores de Empresas de Segurança e Vigilância (SIVDC), da Sociedade do
Corpo de Bombeiros Civil Voluntário (SCBCV-RJ) e da Fundação Educacional Duque
de Caxias (Feuduc).
A ação do Ministério do Trabalho é desdobramento da denúncia feita pelo Sindicato e publicada com exclusividade pelo Capital na edição do último dia 11, dando conta de que pelo menos 200 menores são explorados para a realização de diversas tarefas nas dependências da Faculdade, através da SCBCV-RJ. Uma nova reunião está marcada para a próxima quinta-feira (20), às 10 horas.
Durante a mesa
redonda, o presidente do Sindicato, Carlos Gil de Souza, reafirmou a denúncia
ao Gerente Regional do Trabalho e Emprego em Duque de Caxias (substituto), Luiz
Renato Almeida, e ao chefe do Setor de Relações do Trabalho, Ednaldo Azevedo,
que atuou como mediador. E ressaltou que não tem nada contra ações de caráter
social. ”Estou preocupado com essa exploração de menores e, ao mesmo tempo,
defendendo o emprego dos vigilantes os quais represento”, destacou.
A representante da
SCBCV-RJ, Tânia Rita Bueno, negou que os menores uniformizados vistos diariamente
na Feuduc tenham vínculo de trabalho com alguma dessas instituições e que
apenas voluntários de maior idade lá trabalham. Acrescentou que a SCBCV-RJ paga
a alimentação dos mesmos. Fábio Silva Gonçalves, da Feuduc, disse que a chegada
desses jovens se deu por conta de exigência do Ministério da Educação, com o
objetivo de fomentar o desenvolvimento sócio-cultural de menores da região.
Informou, ainda, que a presença dos mesmos no local, através da SCBCV-RJ,
inibiria condutas de vandalismo por parte de terceiros nas dependências da
Feuduc. Ele informou que a Faculdade conta atualmente com a atuação de
seguranças, cuja empresa foi chamada de “clandestina”pelo presidente do SIVDC.
Luiz Renato Almeida lembrou ao representante da Feuduc que a entidade é também
responsável pelos menores em suas dependências.
A reunião teve vários momentos acalorados. Uma vez que não
foi possível concluir a mediação por falta de comprovação das informações
prestadas pelas partes denunciadas pelo Sindicato como defesa, foi marcada nova
audiência, quando a SCBCV-RJ deverá apresentar a relação de todos os menores
envolvidos, além de cópia do estatuto da entidade e da ata que rege a
instituição. A Feuduc, por sua vez, deverá enviar um representante devidamente
habilitado, que deverá fornecer documentos e informações necessárias.
Fonte: Jornal Capital
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