Transporte irregular de valores, coletes
vencidos, armamento inadequado, alarmes inoperantes, número insuficiente de
vigilantes e planos de segurança não renovados. Esses foram alguns dos problemas discutidos
nesta terça-feira (1º), na 98ª reunião da Comissão Consultiva para Assuntos de
Segurança Privada (CCASP), realizada em Brasília, onde, mais uma vez, ficou
evidente a despreocupação dos bancos e empresas de segurança em relação aos
seus funcionários.
O caso da vigilante Verônica Soares,
morta em agosto enquanto trabalhava em um posto do Santander que não possuía
plano de segurança aprovado, foi relembrado. Os representantes cobraram da
Polícia Federal atuação mais eficaz nesse aspecto. Além disso, José Boaventura,
presidente da Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), falou sobre os
assaltos a armamentos frequentes em vários cantos do Brasil.
“As empresas quebram e o arsenal fica
todo ali. Na Bahia, a empresa Guardiões está sendo fechada e existe uma
preocupação muito grande com o recolhimento das armas. A PF deve estar mais
atenta a casos como este”, disse. Outro problema destacado por
Boaventura foi o curso de
reciclagem. Aproximadamente 116 com cursos vencidos, de um total de 180 de uma mesma
empresa.
Também foram analisados processos
por causa do descumprimento da Lei nº 7.102/83,
que dispõe sobre segurança para estabelecimentos
financeiros, e de normas de segurança. As multas aplicadas aos bancos somam R$6,526
milhões. O campeão foi o
Bradesco, com R$ 2,363 milhões, seguido
do Banco do Brasil com R$ 1,646 milhão, do Itaú com R$ 1,080 milhão e do
Santander com R$ 748 mil.
Já no transporte irregular de valores
uma agência do Bradesco no Acre foi a campeã de multas: punida em 11 processos,
totalizando multas de R$ 1,574 milhão por obrigar bancários a transportar
dinheiro em carro particular ou táxi. Além disso, várias agências do Itaú foram
multadas em função da falta de segurança durante as reformas no processo de
fusão com o Unibanco. Uma agência do Santander no Complexo do Alemão, no Rio de
Janeiro, foi interditada por sido inaugurada sem aprovação do plano de
segurança.
Esta foi a terceira reunião da CCASP
em 2013, com o julgamento dos últimos processos em papel e dos primeiros
eletrônicos.
“Essas multas comprovam que os
bancos continuam tratando com irresponsabilidade a segurança dos
estabelecimentos”, critica Ademir Wiederkehr, representante da Contraf-CUT na
CCASP.
“O que se percebe é que eles
buscam economizar até na segurança para aumentar ainda mais os lucros, em vez
de respeitar a legislação e fazer investimentos para prevenir assaltos e
proteger a vida dos bancários, vigilantes e clientes”, destaca.
A próxima reunião da CCASP foi agendada
para o dia 10 de dezembro.
Fonte: CNTV
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