terça-feira, 13 de outubro de 2015

“Cenário para negociações coletivas em 2016 é desafiador”, analisa economista do Dieese


A economista do Dieese – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, Fiorella Macchiavello, traçou o Perfil dos Trabalhadores Vigilantes e da Atividade de Segurança Privada na primeira mesa temática da 13ª Conferência Nacional dos Vigilantes da CNTV - Confederação Nacional dos Vigilantes que acontece em Maceió, estado de Alagoas.

Em pauta, as discussões sobre a atual conjuntura econômica do país e o crescimento dos últimos anos. De acordo com o estudo do Dieese, o INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor, que serve de parâmetro para as negociações coletivas, deve fechar o ano de 2015 acima dos dois dígitos. A expectativa é de que chegue a 10,04%. O número dá a dimensão das batalhas que serão travadas em 2016 nas campanhas salariais que buscarão a reposição e ganho real para a categoria.

“2016 será mais um ano de desafios. A economia ainda não vai voltar a crescer. As expectativas são de desempenho no nível da faixa de -0,9%. Porém, a inflação vai diminuir consideravelmente, devendo ficar abaixo de 6%. Portanto, como as negociações coletivas dos trabalhadores recuperam o desempenho de 2015, pode ser que teremos um cenário bem desafiador”, afirma Fiorella Macchiavello.

O estudo trouxe ainda outros dados sobre a taxa de desemprego. Entre dezembro de 2014 e julho de 2015, as taxas de desemprego nas regiões metropolitanas aumentaram significativamente: de 4,3% para 7,5%, de acordo com o PME - Pesquisa Mensal do Emprego, e de 9,9% para 13,7%, segundo a PED – Pesquisa de Emprego e Desemprego do Dieese.

Negociações Coletivas

No primeiro semestre de 2015, mesmo com um cenário de recessão da economia, a maior parte das negociações coletivas conquistou ganhos reais. Porém, nos últimos oito anos o aumento real médio apresentou menor valor.

“74% da renda familiar no Brasil vem do trabalho, por isso é importante que se mantenha o ganho real nas negociações”, conclui MAcchiavello.

Em 2015, os empresários da segurança privada esperam lucrar R$ 50 bilhões. Segundo dados do Ministério de Trabalho e Emprego, entre 2006 e 2013 o contingente empregado com contratos formais no setor de segurança e vigilância privada passou de 417.914 para 697.814 trabalhadores, crescimento de 67%.

Nos últimos dez anos, os pisos salariais dos vigilantes patrimoniais e transporte de valores apresentaram um crescimento acima da inflação acumulada no período.

Economia Nacional


Apesar da crise econômica do país, em 2015, das 60 empresas da Bolsa de Valores - Ibovespa, 33 aumentaram seus lucros. Outras 27 tiveram o lucro diminuído, mas obtiveram lucro, e apenas 5 empresas tiveram prejuízo.

Willian Chaves - Imprensa SindVig Caxias

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